UM TEMPO SEM TEMPO NO TEMPO...

UM TEMPO SEM TEMPO NO TEMPO...

Sinto a fantamagória presença, de pretéritos erros,

minando no nascedouro, possíveis futuros...

Atos imperfeitos, qual elos de corrente, inquebrantáveis,

atam-me á âncora fria e rija, plena de sentimentos impuros!

O peso deles, pesam sobre meus ombros...

Suspendendo-me no espaço!

E os olhos que lhe lançam; apesar deles,

olhares escancarados ou timídos de soslaio,

nem uma infima nesga de esperança alcançam...

Quanto tempo, ainda será necessário,

expiar meus pretéritos erros e desenganos?

Não vês o quanto tenho sofrido e chorado?

Que a morte ronda, espreitando a minha vida,

atravês das partes abertas, das minhas feridas sem cuidado?

Onde alcanço teus sentimentos,

desperto teus sentidos congelados?

Quanto tempo ainda será necessário?

Quanto, se o meu próprio tempo esta encarcerado,

no tempo dos erros e dos desenganos,

ainda hoje tão presente...

Não sendo nem futuro, nem passado!

Edvaldo Rosa

28/09/2009