ROSA CREPON NUMA GARRAFA
Plantei rosa crepom numa garrafa,
eu quis brincar de amor e fui podado...
reguei a seco aquela flor e com estafa
tive o medo do pavor do meu estado.
Pensava de não ter tanto cuidado
no trato com a flor lá no seu vidro
a rosa não tem nome batizado
mas tem alma, tem beleza e tem sentido...
Quis que fosse uma flor só de papel,
pois a outra tem espinhos e me maltrata,
sou ator e me ilumino na ribalta
às estrelas que se acendem lá no céu.
Quando crescer quero estar com essa flor
na garrafa adubada com oxigênio
permanecer a vida inteira de um milênio
no deleite dessa rosa, qual um prêmio.
Cada um que tenha a flor que a si deseje...
eu prefiro ter u’a rosa bem carmim,
a manchar a minha boca e a mim me beije
com o vermelho fogo aceso de estopim.
Nessa rosa laborada na garrafa
pude enfim disfarçar a solidão.
Ponho amor, posto que, a flor me safa
do amargor que assaltou meu coração.
Araci, 06 de outubro de 2009.
Antonio Fernando Peltier
"Há uma rosa com espinhos,
que me faz galante e prosa
nos caminhos das veredas do destino." (F. Peltier)