Talvez menos complacência com o que é corriqueiro
Menos norte e menos certeza, menos orientação
Calar mais, pensar nada, não querer mais saber
Menos conluio com o que parece natural
Quem sabe um solilóquio com legiões
Ou quem sabe um não ver o que vê
Um não sentir, um não saber, não crer, não esperar
Menos reminiscências, um tanto de não ter
Um desprezo pelas aparências
Muito desse não querer
Talvez cumplicidade com essências
Transparências de banalidades
Sorrir menos e desejar mais
Prostrar-se diante de si mesmo
Quebrar a cara em todos os espelhos
Erradicar qualquer coisa que pareça sobrenatural
Menos pressa e menos preces, mais a messe
Nada de deuses e santos
Nada de anjos ou demônios
Talvez alguma sintonia
Com tudo quanto não existe
Ainda...
Talvez um rasgo no tempo
Atormentar-se de um outro tormento
Subverter todas as possíveis lógicas
Eliminar em tudo todas as regras
Para aplacar toda essa serenidade
E numa ira infinda incontida
Evitar todas as saídas
Desafiar toda a verdade
Talvez engendrar uma razão pervertida
Parir um motivo fútil
Ou talvez um fogo fátuo
E numa tempestade incessante
Apagar de vez toda a mente
Perder o senso do que é tão comum
E pairar por apenas um instante
Que dure eternamente
E que seja breve, conquanto distante
Desde que seja só mais um, definitivamente
E talvez menos pulso
No impulso de voltar atrás
Menos curso e fincar os pés
Menos olhares absortos
Um tanto menos de espanto
E muito menos imensidão
Nem profundidade
Quero a superfície das coisas pequenas
Menos necessidade de escolha
Aceitar o que cai
O que não se evita
Alimentar do que se esvai
Tornar-se pleno do que fica
E o que grita em mim
É bem menos do que silencia
E o que em mim se esvazia
É muito mais do que se conquista
Grito de consciência tardia
De sabedoria tão mal vista
Desse fogo morto que ardia
Nessa vida consumida e malquista
Talvez bem menos poesia
Nesse deserto a perder de vista
Menos norte e menos certeza, menos orientação
Calar mais, pensar nada, não querer mais saber
Menos conluio com o que parece natural
Quem sabe um solilóquio com legiões
Ou quem sabe um não ver o que vê
Um não sentir, um não saber, não crer, não esperar
Menos reminiscências, um tanto de não ter
Um desprezo pelas aparências
Muito desse não querer
Talvez cumplicidade com essências
Transparências de banalidades
Sorrir menos e desejar mais
Prostrar-se diante de si mesmo
Quebrar a cara em todos os espelhos
Erradicar qualquer coisa que pareça sobrenatural
Menos pressa e menos preces, mais a messe
Nada de deuses e santos
Nada de anjos ou demônios
Talvez alguma sintonia
Com tudo quanto não existe
Ainda...
Talvez um rasgo no tempo
Atormentar-se de um outro tormento
Subverter todas as possíveis lógicas
Eliminar em tudo todas as regras
Para aplacar toda essa serenidade
E numa ira infinda incontida
Evitar todas as saídas
Desafiar toda a verdade
Talvez engendrar uma razão pervertida
Parir um motivo fútil
Ou talvez um fogo fátuo
E numa tempestade incessante
Apagar de vez toda a mente
Perder o senso do que é tão comum
E pairar por apenas um instante
Que dure eternamente
E que seja breve, conquanto distante
Desde que seja só mais um, definitivamente
E talvez menos pulso
No impulso de voltar atrás
Menos curso e fincar os pés
Menos olhares absortos
Um tanto menos de espanto
E muito menos imensidão
Nem profundidade
Quero a superfície das coisas pequenas
Menos necessidade de escolha
Aceitar o que cai
O que não se evita
Alimentar do que se esvai
Tornar-se pleno do que fica
E o que grita em mim
É bem menos do que silencia
E o que em mim se esvazia
É muito mais do que se conquista
Grito de consciência tardia
De sabedoria tão mal vista
Desse fogo morto que ardia
Nessa vida consumida e malquista
Talvez bem menos poesia
Nesse deserto a perder de vista