PASSANTE

um belo dia,

a mulher amada resolveu ir ao distante

como uma passante

em busca das coisas mais feias

perdidas de mim.

tristes,

seus olhos que só que enxergavam belos dias

e madrugadas coloridas,

enlutados por um mar em torno da íris-ilha

chorou aos pingos em cada volta

que me viu tão sozinho qual um cachorro magrinho.

em pânico,

sua voz cansada de respirar o boca-a-boca

do meu hálito,

aos gritos me leva para longe

dos meus “eus” quase esquecidinhos:

egoístas, passionais, machistas e muito porrentos!

e, mesmo assim,

a mulher amada resolveu vir do distante

como uma passante

à procura das coisas mais lindas

perdidas de mim.