Sigo em frente.

Sigo em frente.

Delasnieve Daspet

Corro...

Cabelo ao vento;

O ar molhado beija minha nuca,

Minh'alma se reveste da aurora!

Olho para trás: o crepúsculo.

Sigo em frente.

Vou pisando nas pegadas d'areia

Que marcam o caminho!

Aspiro.

No ar o cheiro do mato.

No solo - o cheiro da terra ardendo.

E nas entranhas da terra

O cheiro doce, o cheiro louco,

Cheiro de sangue vertendo!

Sinto vertigem.

De insegurança; do desconhecido.

A chuva da manhã embaçou

Minha janela,

Turvou meu olhar.

Devo voltar...

Retornar de onde?

E aonde vou?

Ando em círculos.

Não quero sentir, não mais,

Um beijo que não desejo.

Uma carícia não minha!

Quero voltar...

Rever as flores nas pradarias.

O verde veludo das campinas,

O céu azul,

O sol diáfano

Os meus sonhos?

Tirá-los do esquecimento.

DD_Campo Grande - MS -09-09-2001