O Poeta
Em passeios rápidos
pelo bosque de palavras
Eis o poeta bêbado entre fumaças
desse Cohiba que lhe escora
Entre lodos da palavra perdida
dos lábios da mal-agradecida
eis o poeta sem um destino que lhe conforte
nem uma cama que lhe caibam os ossos
Eis pelo mato
o cheiro de alecrim
entre seus cabelos e seu crânio
se acomoda, lhe embebedam ainda mais
e seu terno azul
parece mortalha
que pelo corpo magro
balança, se espalha
e o coração preso
dentro de uma pedra
e atirando para o alto
fere o pássaro, bem rente à asa