O COMUMISTA

Em meu jardim, sou invadido por solos de trompete

Vindos da casa da vizinha.

Mas o que essa vizinha entende de jazz, gafieira

Ou cha-cha-chá?!

Mas o que eu sei sobre essa vizinha tão distante

Pela separação desse muro na divisa de terrenos

E espaços?!

Sobre minha cabeça passa um boeing daquela empresa

E numeração.

Agora entendo de aviões sem sequer saber dirigir

E assim tomar um rumo qualquer na vida!

Tive uma idéia sem precisar correr nu como uma atriz

De revista pelas praças da Grécia antiga.

Vou virar "comumista", padre, puta, príncipe e lagarta.

Vou comprar uma ilha na puta-que-pariu e morrer na solidão.

P'ra lá de Bagdá tem sido muito perigoso de uns tempos p'ra cá!

Então vou fechar um congresso e ir para Jacarépagua.

Os dolos de sax terminaram, ali no país da vizinha.

Vou ficar quieto para não engolir moscas, mas garantir os sapos

Para a refeição.

O avião deu marcha-ré, encontrei caramujos e refugiados em meu jardim!

Amanhã é domingo "pede o cachimbo", mas eu também não fumo?!

Amanhã é domingo, mais um dia de ir a igreja contra a vontade.

Um caixeiro viajante me oferece um kit de felicidade, pela pequena

Bagatela de alguns sacrifícios, choro e vela, alegria e doença!

Vou virar estrela, falar de amor, criticar o governo ou a política

Para imigaração de Inuits da Groenlândia para o Reino podre da Dinamarca.

vou me arrepender os pecados e dar uma rosa para essa vizinha chata.

Vou-me embora para Tóquio ou pra ilha Tonga do Exu Mironga

Junto com os meus "pobremas", cabuletês e otras histórias.

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http://reinodalira.wordpress.com