HOMO SAPIENS

A cabeça

É sustentada porque é fraca

Porque senão seria o sustento

Os olhos

São duas torneiras d'água

Que desembocam emoção e lamento

O nariz

Fareja a caça enfurnei

Respirar sem amar é vago

A boca

Sente o prazer imensurável do beijo

E o desconforto do trago

O coração

É veia e artéria bombando

E nele vive o amor bombástico

O amor

É simples e é misterioso

É firme e é elástico

As pernas

Seguem seu caminho

Os braços

Não permitem que vivamos sozinhos

A força

Não quer dizer que consigamos erguer o mundo

A sabedoria

Não significa que podemos saber de tudo

E no fundo, o homem

Só conhece isso de si mesmo

O que não é uma pena

É um poema!

Guilherme Sodré
Enviado por Guilherme Sodré em 03/10/2009
Reeditado em 03/10/2009
Código do texto: T1845488