HOMO SAPIENS
A cabeça
É sustentada porque é fraca
Porque senão seria o sustento
Os olhos
São duas torneiras d'água
Que desembocam emoção e lamento
O nariz
Fareja a caça enfurnei
Respirar sem amar é vago
A boca
Sente o prazer imensurável do beijo
E o desconforto do trago
O coração
É veia e artéria bombando
E nele vive o amor bombástico
O amor
É simples e é misterioso
É firme e é elástico
As pernas
Seguem seu caminho
Os braços
Não permitem que vivamos sozinhos
A força
Não quer dizer que consigamos erguer o mundo
A sabedoria
Não significa que podemos saber de tudo
E no fundo, o homem
Só conhece isso de si mesmo
O que não é uma pena
É um poema!