Quis ser poeta

Quis ser poeta,

Matutei, tentei, desisti.

De outra vez escrevi.

Li, pensei, dessa nem insisti.

Melhor tocar a vida.

De ser poeta! Enfim desisti.

Mais tarde, pensei,

Refleti, não acometi.

Passado o tempo

Novamente decidi.

Dessa investi.

Estudei, li, reli.

Arrisquei, tentei, desisti.

Novamente escrevi.

Li, reli, queimei.

O que saiu? nem vi.

O tempo passou, cresci.

Não mais pensei.

Casei, por fim, vivi.

Dessa vez nem lembrei.

A ânsia de poetizar engoli.

Fui passando, vivendo,

Crescendo, envelhecendo.

Do sonho? A muito desisti.

Hoje de vontade ardi.

O fogo voltou a queimar.

Novamente tentei.

Escrevi, refleti.

Pareceu que ia sair, cismei.

Li, reli, rabisquei, arrisquei,

Tentei, e do que saiu?

Desta vez senti.

Até pensei ser poeta.

Insisti, gostei, escrevi,

De novo tentei e não consegui,

Portanto, eis do que morri.

Brasília – DF, 08 de agosto de 2009.