CENAS DE GUERRA

No céu, a nuvem cinzenta num ar descontente,

como o olhar dos sobreviventes das tristes cenas de violência...

Nas paredes as cavidades da rajada deixam rastro do terror;

No chão, as manchas de sangue, deixam a sensação da dor...

Nos jardins, as rosas melancólicas que restaram, todas pisoteadas,

Denunciam as vozes caladas, que bradaram piedade,

abafadas pelo estardalhaço no indizível horror de uma noite vazia...

Nos rostos que restaram,

apesar das bocas ainda cerradas de medo e ira,

escorrem lágrimas de dor e tristeza

pelos corpos rolados nas trincheiras;

Mulheres, recolhem dos seus mortos, as mortalhas

que lhe servirão de agasalho...

E caminham feitos náufragos sem rumo,

para sua esperança que parece morta;

Mas num instante de calmaria sublime e rara,

lembram que ainda restam as crianças,

como um último suspiro de confiança,

em meio a tristes lembranças...