Noites
Agrada-me a noite.
A sensação que a dor foi dormir
e que eu já posso ir.
Agrada-me o perfume das Acácias
e o intervalo entre as falácias.
O Céu da Noite se deixa contemplar.
Talvez o deus que o habite seja mais crível
e a Verdade mais acessível.
É o fim do Sol e de seu egoísmo.
As estrelas trazem novos lirismos.
Pontes sobre todos os abismos.
Samambaias bailam como Homens sós.
E o amor já não se divide em Antes e Após.
A vida, à Noite, comporta fantasias.
Bani as tolas ironias
que a luz excessiva
revelava como chaga viva.
A noite nos traz qualquer Poesia.
E esquecemos o horror escancarado pelo dia.
É a hora de amar.
Hora, Lilian, de te amar.
Meu doce verbo, de noturno conjugar.