Decreto da Primavera?

(Tere Penhabe)

Tantos votos positivos

Deram-me alento e emoção

Por expressar ousadia

Num decreto com magia

Desprovido de razão...

E por ele ser de Inverno

O título incomodou,

A quem, como eu, pensou

Na primavera a chegar...

Com canto de passarinhos

Flores e flores se abrindo

Borboletas a voar...

Ah!... É perfeito ao verbo amar!

No entanto, doce poeta...

Que faço eu com as geleiras?

Com o silêncio a reinar,

Que às vezes, parece o inferno,

Mas não é... É só inverno!

Se a primavera chegar...

(E eu sei que vai chegar!).

Eu quero que ela me traga

Veleiro que não naufraga

Sem decreto pra votar.

Precisa de embarcação

Meu puído coração

Que está à deriva... No mar!

Sei que no fundo se esconde

Num cantinho sossegado

Um amor forte e valente

Mas que se faz de rogado.

E espera, confiante,

A primavera chegar...

Amar não é tão somente

Ver uma banda passar!

Amar é transcendental

Foge ao comum, ao normal...

É assim que eu quero amar!

Decreto da Primavera?...

Não vai dar para mudar...

A menos que essas montanhas

Me propusessem barganhas

Se transmutassem em mar...

Santos, 13.08.2008

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