A PAZ

Que venha a Paz!

Venha a Paz sobre nós,

os filhos da Paz

E estenda-se por entre vales

íngremes e estreitos

Que não podemos atravessar.

Venha a Paz,

Desapegando-nos de todos os medos,

Abraçando-nos na solidão

E trazendo, no seu murmúrio,

o cálido canto de primavera

aos corações.

Que venha a Paz sobre nós,

Amantes da Paz

E nos ensine

a afugentar as ambições e vencê-las

com espadas de Amor e Justiça.

Que venha a Paz,

a crivar-se no fundo de toda a violência,

curvando-a, diante de si.

Venha a Paz como procissões,

a reensinar-nos a abrir portas e janelas,

a espalhar cantigas de bocas sorridentes,

por becos e ruelas,

a contemplar a lua

e cantar-lhe o seresteiro.

Que venha a Paz,

deitar-se sobre o leito das paixões,

redimir os corações,

esvoaçando-se pelo ar,

pintando os gestos em abraços,

sorrisos cantados entre estrelas.

Que venha a Paz!

Vertendo-se no vale da vida,

A cantar-nos poemas,

Feliz mensageira.

Otelice Soares
Enviado por Otelice Soares em 01/10/2009
Reeditado em 01/10/2009
Código do texto: T1841796