CICLOS
CICLOS
J.B.Xavier
Há um tempo em que as melodias da vida nada mais são
Que convites à dança da existência,
Tempo do bailado,
De ser dançarino
Tempo de ser também instrumentista...
Há um tempo em que as flores são
Promessas de deslumbrantes futuros.
Tempo dos sorrisos,
Das esperanças,
Tempo do brilho no olhar...
Há um tempo em que os perigos são
Nada mais que magníficos desafios,
Tempo do arrojo,
Da audácia,
Tempo dos divinos atrevimentos...
Há um tempo em que as tempestades são
Apenas a música com que Deus lança seus improvisos,
Tempo da ousadia,
Da coragem
Tempo da insolência divertida...
Há um tempo em que os finais são,
Nada mais que marcos de novos reinícios,
Tempo da impetuosidade,
Do estímulo,
Tempo da energia e da temeridade...
Há um tempo em que derrotas nada mais são
Que clarins em anúncios de silêncios,
Tempo do vislumbre,
Da análise,
Tempo do reconsiderar...
Há um tempo em que vitórias nada mais são
Que marcos ao longo do caminho
Tempo de prenúncios
De profecias
Tempo de conjeturas...
Há um tempo em que flores e perigos
Tempestades, finais, derrotas e vitórias
Nada mais são
Que as notas da divina partitura
Onde estão gravados os silêncios da sinfonia da vida.
Há um tempo em que as melodias da existência nada mais são
Que convites à regência,
Tempo de reger ouvindo em tudo o amor,
de deixar-se levar pelos compassos e ritmos
À Morada do Silêncio, castelo magnífico do Grande Compositor...
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