Censurado.
O poema perdido jaz sem graça
Mordaças vão ditando turvo rumo
Um prumo mede a curva da desgraça
A praça tem no dono seu resumo.
O poeta sem voz é só carcaça
Disfarça sua farsa em sombra e fumo
O insumo do silencio é como traça
Ameaça a sedução do Demiurgo.
A folha não é feudo: não tem tranca,
Pois espanca com verso, como gesto,
Protesto sobre o resto em rima franca.
Nestes versos perversos que cometo
No gueto da palavra, nas masmorras:
- Gomorra desta porra de soneto.