Minha Saudade é Sempre o Teu Nome

Recolho-me nos braços do silêncio

Envolve-me o lume da tua lembrança

Nesta noite em que tua ausência

É areia movediça para meu peito

A saudade flagra-te em minha solidão

Revelando o rumor íntimo do desejo

A inquietude do frêmito que se anuncia

Ante o amor sempre ansiado e não consumado

Deito-me lânguida ao lado da nostalgia

E silencio o teu nome com a convicção

De quem sabe onde se ocultam os segredos

Busco-te na absurda aparição da saudade

E sigo o destino que ela me indica

Como se sempre soubesse o caminho

Se me presencia a tua lembrança

Crescem os dias em tua falta

E ainda são os teus olhos

Que adormecem os meus sonhos

Em momentos assim, esqueço-me em ti

Como se tivesse tuas mãos a buscarem-me

Alforriando-me deste tempo

Que insiste em atar-nos em esperas

Repouso o cansaço do meu olhar

Na doçura dos teus versos

E a carícia indelével das tuas letras

Sussurra-me um tolo receio

De confessar-te amando-me

Permanece em minha memória

A melodia dos teu gestos

Dedilhando-me compassos de felicidade

Em tons que cantam teu mundo junto ao meu

No horizonte, entre notas e palavras

Colho as pétalas do teu acalanto

Ergo o olhar para o infinito,

Minha saudade é sempre o teu nome...

© Fernanda Guimarães

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 28/06/2006
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T183668