Minha Saudade é Sempre o Teu Nome
Recolho-me nos braços do silêncio
Envolve-me o lume da tua lembrança
Nesta noite em que tua ausência
É areia movediça para meu peito
A saudade flagra-te em minha solidão
Revelando o rumor íntimo do desejo
A inquietude do frêmito que se anuncia
Ante o amor sempre ansiado e não consumado
Deito-me lânguida ao lado da nostalgia
E silencio o teu nome com a convicção
De quem sabe onde se ocultam os segredos
Busco-te na absurda aparição da saudade
E sigo o destino que ela me indica
Como se sempre soubesse o caminho
Se me presencia a tua lembrança
Crescem os dias em tua falta
E ainda são os teus olhos
Que adormecem os meus sonhos
Em momentos assim, esqueço-me em ti
Como se tivesse tuas mãos a buscarem-me
Alforriando-me deste tempo
Que insiste em atar-nos em esperas
Repouso o cansaço do meu olhar
Na doçura dos teus versos
E a carícia indelével das tuas letras
Sussurra-me um tolo receio
De confessar-te amando-me
Permanece em minha memória
A melodia dos teu gestos
Dedilhando-me compassos de felicidade
Em tons que cantam teu mundo junto ao meu
No horizonte, entre notas e palavras
Colho as pétalas do teu acalanto
Ergo o olhar para o infinito,
Minha saudade é sempre o teu nome...
© Fernanda Guimarães