à tarde
são nas viagens ao nada
que tudo pode ver o poema.
E é na tarde que nada digo
que sacudo do horizonte as palavras
vento e navegar das velas do navio.
É à tarde que
encosto os olhos no descanso
e faço a viagem ao nada
na esplanada da onda.
É à tarde
quando a sombra é de um palito
que do ninho das palavras
gorjeio a saliva no bico da poesia.
Ana Mª Costa