O homem evolveu?

Velhos tempos, encanecidos homens, antigos valores,

Eram duros como o aço, esses inquebrantáveis senhores.

Suas mulheres pareciam rainhas, passeando pela cidade.

Eles as possuíam, eram deles, somente uma propriedade.

Sentiam-se fidalgos, comumente alinhados em ternos graciosos,

Desfilavam sempre altivos, montando seus ginetes garbosos.

Dizia-se que um fio dos bigodes valia mais do que um contrato!

E suas companheiras viviam sendo subjugadas aos maus tratos.

A vida era muito simples, os cavalheiros provinham seus lares,

Os demais deviam obediência e, também, evitar-lhes os pesares.

As mulheres eram as mantenedoras dos bons costumes e da moral,

Os homens possuíam várias amantes, nisso não viam nenhum mal.

Costumavam reunir-se nos cafés na zona central dos povoados.

Ali discutiam o futuro político da nação e outras trivialidades.

Entre monarquia ou república, escolhiam, sempre, ambos os lados,

Pois se algum discordasse, certamente, terminava em atrocidades.

A lei do mais forte imperou, nas casas, ruas, em todo lugar que quis,

As relações eram a ferro e fogo, não havia lugar para seres gentis,

Por isso as mulheres foram relegadas a segundo plano, singelo bibelô.

Criava os filhos, reparava as casas, servia a comida, enfeitava a cama...

Esses tempos vão longe, os homens mudaram, as mulheres evoluíram.

Hoje, reuniões em bares, junto das mulheres, não exatamente as suas.

Em lugar de café, cerveja; de revoluções, futebol; preconceitos caíram...

As mulheres não são mais escravizadas, são as cachorras ou bandidas das ruas.

Os homens não se importam mais se sustentam ou são sustentados,

Até preferem a segunda opção, é mais agradável, sentem-se amados.

A beleza da mulher estava no olhar, que elas procuravam esconder,

Agora, as admiram pelas costas, sem respeitar nem tentar se conter.

É impossível saber se os antigos eram, realmente, os piores. Mas e os atuais?

Foram decaindo, esquecendo de valorizar as mulheres, esses é que são normais?

Trocaram os falsos: respeito, afeição, carinho, por apelidos chulos e ofensivos.

Banalizaram a importância da mulher, mas sem elas sequer estariam vivos!

Brasília-DF, 28 de setembro de 2009.