De repente
Todas as palavras
Sumiram de mim
Toda a poesia calou
Eu me fiz silêncio
Eu me fiz solidão
Em me fiz esquecimento
E toda a tristeza me fez
Assim tão de repente
A lágrima que verti
Foi de dentro do espelho
Que eu vi! Que eu vi!
Eu vi um outro mundo
Um outro mundo diferente
Tão esse mesmo
Não senti minha dor
Mas a dor de toda a gente
Não me feri de nenhum amor
Mas de todos os amores feridos
Não me alcança a morte
Só a vida que foge
Não me abarca o tempo
Apenas o ínfimo momento
Tenho fome
E minha fome não tem nome
Tenho sede
E minha sede não tem sede
Tenho medo
E meu medo não tem razão
Uma fome inominável
Uma sede insaciável
E um medo incontrolável
Eu me fiz deserto
Eu me fiz distante
Eu me fiz inexistência
E o desconhecido me fez
E não tenho consolo
A não ser me consolar
Nesse desconsolo
Não tenho esperança
A não ser esperar
Essa desesperança
Eu me fiz destino
Eu me fiz pressentimento
Eu me fiz maldição
E não tenho salvação
A não ser me salvar
Nessa perdição
Eu me fiz desencontro
Eu me fiz desencanto
Eu me fiz inquietação
E não tenho descanso
A não ser me cansar
Dessa falta de ação
De repente
Eu me fiz tempo
Eu me fiz espaço
Eu me fiz imensidão
Não tenho caminho
A não ser caminhar
Sem direção
Eu me fiz passado
Eu me fiz futuro
Eu me fiz presente
Não tenho eternidade
A não ser eternizar
Toda essa efemeridade
De repente
A alma não voa
O corpo não sente
O coração não pulsa
Eu não tenho amor
A não ser amar
Toda essa desolação
De repente
O pensamento desvanece
Um verso se perde
A fonte seca
A inspiração acaba
E o grito engasga
Eu me fiz desassossego
Eu me fiz desespero
Eu me fiz cansaço
E não tenho descanso
A não ser me cansar
De nunca descansar
Um sonho morreu
Uma esperança acabou
Uma vida perece
E eu não tenho vida
A não ser viver
Tudo o que em mim já morreu
Eu me fiz redenção
Eu me fiz expiação
Eu me fiz criação
E não tenho escolha
A não ser escolher
A escolha de criar
Tudo o que em mim se cria
E me cria
Todas as palavras
Sumiram de mim
Toda a poesia calou
Eu me fiz silêncio
Eu me fiz solidão
Em me fiz esquecimento
E toda a tristeza me fez
Assim tão de repente
A lágrima que verti
Foi de dentro do espelho
Que eu vi! Que eu vi!
Eu vi um outro mundo
Um outro mundo diferente
Tão esse mesmo
Não senti minha dor
Mas a dor de toda a gente
Não me feri de nenhum amor
Mas de todos os amores feridos
Não me alcança a morte
Só a vida que foge
Não me abarca o tempo
Apenas o ínfimo momento
Tenho fome
E minha fome não tem nome
Tenho sede
E minha sede não tem sede
Tenho medo
E meu medo não tem razão
Uma fome inominável
Uma sede insaciável
E um medo incontrolável
Eu me fiz deserto
Eu me fiz distante
Eu me fiz inexistência
E o desconhecido me fez
E não tenho consolo
A não ser me consolar
Nesse desconsolo
Não tenho esperança
A não ser esperar
Essa desesperança
Eu me fiz destino
Eu me fiz pressentimento
Eu me fiz maldição
E não tenho salvação
A não ser me salvar
Nessa perdição
Eu me fiz desencontro
Eu me fiz desencanto
Eu me fiz inquietação
E não tenho descanso
A não ser me cansar
Dessa falta de ação
De repente
Eu me fiz tempo
Eu me fiz espaço
Eu me fiz imensidão
Não tenho caminho
A não ser caminhar
Sem direção
Eu me fiz passado
Eu me fiz futuro
Eu me fiz presente
Não tenho eternidade
A não ser eternizar
Toda essa efemeridade
De repente
A alma não voa
O corpo não sente
O coração não pulsa
Eu não tenho amor
A não ser amar
Toda essa desolação
De repente
O pensamento desvanece
Um verso se perde
A fonte seca
A inspiração acaba
E o grito engasga
Eu me fiz desassossego
Eu me fiz desespero
Eu me fiz cansaço
E não tenho descanso
A não ser me cansar
De nunca descansar
Um sonho morreu
Uma esperança acabou
Uma vida perece
E eu não tenho vida
A não ser viver
Tudo o que em mim já morreu
Eu me fiz redenção
Eu me fiz expiação
Eu me fiz criação
E não tenho escolha
A não ser escolher
A escolha de criar
Tudo o que em mim se cria
E me cria