PÁGINAS EM BRANCO

por Regilene Rodrigues Neves

Mais uma página

Virada pro meu ontem

Aberta pro meu amanhã

Algumas verdades sem sentido

Alguns sentidos sem verdade

Perguntas sem respostas

Respostas sem perguntas...

No caminho a poesia

A poesia no caminho...

Enfrente o mundo

Sob o universo

O tempo soprando o destino

Sigo o vento ouço o silêncio...

Escrevi outro capítulo no meu livro

Terminei sem fim

Comecei ontem onde parei

Me confundi misturei alguns sentidos

Era uma poesia ou era um poema?

Acho que era minha vida

Alguns versos misturados noutra estrofe

Por fim estava me lendo...

Eu era poesia e nem sabia

Confundia a imagem que eu via

O meu corpo nunca vira minha alma

Eram gêmeas e nem se conhecia

Dentro de mim viviam fantasias

Que ele se quer sabia

Uma sombra me seguia...

Quantas páginas eu li sobre mim

Olhando para trás... Em branco

Outras por escrever...

O fim talvez fique em branco

Sem presente nem futuro

Meu passado já está escrito.

Decidi viver um dia de cada vez

Como uma página que viro

Deixando para ler amanhã a seguinte

Sou um livro aberto

Folheado por um leitor estranho

Uma história anônima

Cheia de poesia

Versos de alegria

Lidos por um olhar triste

Mera poesia escrita

Que persiste na minha alma

Meu corpo se quer sabe que sou poeta

Traços rudes face apática

Dentro de tanta sensibilidade

Quem lê não vê minha imagem...

Quem sou eu?

Desesperadamente procuro o fim da página...

Amanhã vou ler hoje

Meu presente e meu futuro

Quem sabe encontro o final

Dessa maluca história...

Em 26 de setembro de 2009