RANCORAMOROSAMENTE

RANCORAMOROSAMENTE

Se tiveres que passar

pela porta de minha vida,

não o faças indiferentemente.

Faze-o rancoramorosamente

e deixa-me algo que pareça paz

ou coisa menos ou mais eterna

do que a aurora de um sorriso.

Se for uma hora de despedida

que seja vestida com a ternura

do arco-iris de purpurina

do colo de uma flor.

Deixa-me alguma coisa

como lembrança de partida.

Se possível, deixa-me o amor

martirizado pelo espinho

da extrema felicidade

com que (não mintas)

sempre sonhei.

Pelo tamanho da minha dor

talvez tu sintas o tamanho

do amor com que te amei...

Afonso Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 26/09/2009
Código do texto: T1833396
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