O POETA SABE!?
Véra Lúcia de Campos Maggioni –
Vera&Poesia
O poeta canta e chora, sente a veracidade; verdade?
Dança na rua da alegria, do amor e da amargura
em bailado entremeado de significados...
A criança ri encantada na brincadeira, assiste
a dança fascinada, bem faceira, sentada na praça;
- Será uma nova ciranda?
Sobre o mundo, tempestade de granizo!
Na praça: Pranto, Canto, Riso, Dança.
Que tempo é este de hipocrisia, diz o poeta!
A criança ri ingênua; nem pode se indignar,
se nem sabe o que é a tal da hipocrisia.
- Será um doce novo na "praça"?
Pode parecer hilário, mas, não é contraditório,
o que sabe a criança de insanidade?
Sobre o mundo, tempestade de granizo!
Na praça: Indagação, Ingenuidade, Doce, Sanidade.
O povo passa e diz o que já lhe é incluso:
- "De poeta, criança e louco todo mundo tem um pouco.”
Burlam seu próprio riso; ecoam ruídos em olhares internos.
Granizo soprado, tal pedra atirada no próprio espelho.
Corações empedernidos ouvem a sua música?
E a tempestade rola; limpa cabeças mofadas?
Sobre o mundo, tempestade de granizo!
Na praça: Poeta, Criança, Louco, Espelho.
Na praça, na rua..., o poeta, a criança, o povo.
Sem tempo e sem hora marcada pro encontro,
só em "estado" instado; compatibilizado?
De lirismo deslizante e ondulado sentido
o poeta enfeita o amor, a solidão e a dor.
Louco poeta_poeta criança_poeta louco?
O que importa se desenha a Lua? E o povo?
Sobre o mundo tempestade de granizo!
Na praça: "Estado", Lirismo, Encontro, Lua.
De inocência óbvia e pueril a criança ri,
vestida de olhos verdes, dançando em rodopios,
entregue na brincadeira das notas compostas... ,
pinceladas pelo poeta que desenha, canta e chora,
insano ou não, do visível e do invisível faz estória
em tenor, grave ou contralto pelos ditados
versados de sua mente, alma e coração.
Sobre o mundo, tempestade de granizo!
Na praça: Rodopio: Notas, Estória - “Ditados”.
Sobre o mundo, o poeta, a criança e o povo
rola insistentemente a tempestade de granizo!
Mesmo assim há hino de romantismo nas
entrelinhas versadas, encadeadas, esperançadas,
dançadas na praça pelo poeta e infante e pelo louco
que pelo "pouco", são confundidos. E, pelo povo?
Sobre o mundo, tempestade de granizo!
Na praça: Hino, Romantismo, Entrelinhas, Povo.
A criança, brilho nos olhos de borboleta apresenta.
O poeta, clareira de céu claro interior nos olhos estampa.
O louco, barreira clara de nuvens escuras nos olhos reflete.
O povo, de olhos vestidos de bruma ou transparência enxerga.
Opostos e apostos compatibilizados? Coerência instalada na "praça"?
Ambivalência de inconsciente? Ambigüidade de discernimento?
- Sobre o mundo, tempestade de granizo!
- Qual a conquista induzida na tela?
- Hermes convoca! - Perseu invoca!
O mosaico se encaixa na tempestade?
Nas pessoas, na praça? Faz? Desfaz?
- Ao poeta faz sentido! - Aos outros...
- Sobre o mundo, tempestade de granizo!
Desengatadas do sufoco das nuvens chorosas.
Rola sem parar..., rola..., rola; quer limpar a alma;
lixar couraças; bordar as ruas nuas; pintar o asfalto;
dançar nas "praças"; fluidificar corações...
- O poeta sabe!?
Véra Lúcia de Campos Maggioni –
Vera&Poesia
Direitos autorais reservados
Publicação em 25.03.06
**ESCRITO EM MARÇO DE 2006, ESPECIALMENTE, PARA HOMENAGEM
DO PORTAL LUNA E AMIGOS AOS POETAS.
registrado em 26 de setembro de 2009
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Véra Maggioni