REVOLTA

Ao olhar-te agora

deitado, sereno,

em sono profundo,

fico pensando

com ternura, o quanto

amei-te e ainda amo

e a falta que sentirei

de ti,

e teus beijos ardentes,

dessa boca quente

sábia e sempre ansiosa,

desejosa do quero mais

Ao relembrar tudo

que de ti recebi

e doei

sabendo que nunca,

nunca mais te verei

ou terei,

minha paz se esvai,

a revolta retorce minha face,

pálida pela noite insone

o desespero me assedia

e rasga minh'alma,

e meu coração

numa dor tão profunda,

infinda,

que sem perceber

deixo rolar meu pranto

em cima de teu caixão.