NOITE MALÍCIA

Eu rogo pela força motriz
que mova a alma atriz
que finge santa inércia
que sofre de abstinência

que venha como imperatriz
chamas fugindo pelo nariz
inunde a represa seca
e ressuscite a torta morta

ela que se afugenta
se esconde e se lamenta
iludindo que se aguenta
mas se arrebenta

Eu quero este vagalhão
tremendo o corpo em convulção
e arremese longe da tirania
da arpia hipocrisia

Todos almejam este insensato
todos se abrem para este prato
lambusam a boca impacientes
sem reticencias,são congruentes

E quando for já outro dia
e a cama já não for vadia
e a luz do sol corta a retina
traz a rotina

Serei mais um tolo e cego
serei mais um homem sério
a guardar dentro, escondido
a ânsia d'outro fim de dia

noite malicia.
Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 26/09/2009
Reeditado em 26/09/2009
Código do texto: T1831998
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