Libertação
Quantas vezes por dia
Eu considero a idéia
De tirar a própria vida
Sem prazer
Esperando a próxima dose
As próximas ilusões
Nada a fazer
Quantos pensamentos fluem
Quanto sangue escorre
Sem haver
Esperança e harmonia
Caótica fisionomia
De meu ser
Devaneios que surgem
Em meu deturpado pensamento
De morte
O vazio que me consome
Transmuta-se na infame forma
De consorte
Grita-me, dilacera-me
Por favor, faça isso
Por mim
Estou exaurido
De abafar o grito
Dentro de si
Por um fim na glória
De um anonimato sem memória
Que sou
Despeço-me desse infortúnio
Lamento o caos incompreensível
“Me vou”
[24/09/2009]