denso como sinto e como penso.
um dia vi um sólido - pura geometria!...
dentro nada havia
de discreto ou de concreto.
como a casa vazia do sistema,
era o desvario no teorema do dilema.
era um sólido, era um bólido
que nada sóbrio cortava o universo.
faiscavam de perto, como certo,
no côncavo-convexo das estrelas,
as entrelinhas de um poema.
verso a verso em suas asas,
vazio denso, pretenso como sinto,
no silêncio como penso
era insólito, era um bólido no absinto,
trivial bêbado de cinema.