NO CORTEJO, TRAJANDO PRETO!

Vejo-a, não como árvore, mas, como mulher...

Frondosa, enraizada, pronta para germinar

O grão de espermatozóide nas suas entranhas.

Vejo-a viril, retumbante, varonil, radiante...

Mas sem poder nenhum para emitir seu grito

De "independência ou morte!" Que coisa, não?

A terra é boa! O sol um néctar!

A chuva é mãe! O ar bendito!

E só os que lhe querem bem

Chamam-na de pulmão do mundo.

Vejo-a, não como mulher, mas, como árvore...

Com suas folhas, suas flores e sua seiva,

O alimento no inverno para os herbívoros.

Vejo-a como se fosse gente, virando mito...

Ornamental e florescendo em plena seca,

Como usina armazenando a energia humana.

Interrupto ciclo vital. Morte!

No machado ou na serra elétrica...

E eu culpado... trajando preto,

Por não ter lhe dado proteção.

03/08/2009 - D I L S O N - NATAL/RN.