Ilícito

Angélica T. Almstadter

Eu te desejo meu amor ilícito;

Como água para matar a sede.

Eu te desejo assim explícito;

Mentira rabiscada em parede,

Declaração grafitada no muro.

Mas antes de te tornares real,

Antes de te fartares do meu futuro,

Amor do meu encanto ideal,

Prova na minha boca;

O fel e o mel das palavras,

E mata a minha urgência louca

De endoidecer por essas escravas;

Assim quando forrar o meu chão,

Do gozo das noites sem violinos

Só servidas na esteira do coração;

Em júbilo, entoaremos hinos

Despretensiosamente desapegados,

Das dores que rondam os fúteis.

Em mansos serenos seremos imortalizados,

Puros, como não são os volúveis.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 20/05/2005
Reeditado em 24/05/2005
Código do texto: T18295
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