No compasso do tempo
"Dançai, folgai que a mocidade é como /A flor do prado que bafeja a brisa;/Não só de orvalho, de calor, de sombra, / Mas de cultivo na solidão precisa." (Licurgo de Paiva)
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Ih!
Veja,
urge o tempo
ruge nas horas incertas
dos que sob as suas cobertas
Se iludem em não querer aceitar
o fado cansado de velhas descobertas.
Oh!
Escute,
o agora passou
uma nova onda já levou
os sargaços de tuas histórias
Que nas areias das praias incertas
Cantam a ilusão de reviver antigas glórias.
Ah!
Calma,
Não apresse o passo
do descompasso da aurora.
Tente se molhar na chuva fina
Que uma brisa constante cedo levará;
E quando enrugar a fonte da tua breve sina:
Nos prados onde a vida ensina,
Deixe a enxurrada da velhice te levar!