No compasso do tempo

"Dançai, folgai que a mocidade é como /A flor do prado que bafeja a brisa;/Não só de orvalho, de calor, de sombra, / Mas de cultivo na solidão precisa." (Licurgo de Paiva)

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Ih!

Veja,

urge o tempo

ruge nas horas incertas

dos que sob as suas cobertas

Se iludem em não querer aceitar

o fado cansado de velhas descobertas.

Oh!

Escute,

o agora passou

uma nova onda já levou

os sargaços de tuas histórias

Que nas areias das praias incertas

Cantam a ilusão de reviver antigas glórias.

Ah!

Calma,

Não apresse o passo

do descompasso da aurora.

Tente se molhar na chuva fina

Que uma brisa constante cedo levará;

E quando enrugar a fonte da tua breve sina:

Nos prados onde a vida ensina,

Deixe a enxurrada da velhice te levar!

Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 26/06/2006
Código do texto: T182935