Há que se fazer poesia como quem larga a torneira aberta
Há que se viver como quem se deixa ao sabor do vento
Há que se amar como quem solta o freio na ladeira
Há que se tocar em frente, mesmo para dar de cara com o muro
Torneira aberta, vai sair água, muita água
E vai sair mais água e tudo o que ela trouxer
Assim é a poesia, é só abrir e deixar escorrer
Os pensamentos são como água
Nada há que os represe por muito tempo
É só deixar fluir tranqüilamente
Há muito vento e tantas ladeiras
Em nossa vida cercada de muros
Um pensamento, um balão, uma pipa
A asa de uma gaivota, uma nuvem branca
Uma montanha ao longe, a chuva caindo
Aquela lembrança da infância, distante
As doces ilusões de tudo ser tão mágico
As tolas esperanças de tudo ter um final feliz
Queimar-se ao sol, sujar-se de barro, subir numa árvore
Extasiar-se diante do colorido esvoaçante de uma fogueira
Pular o muro da escola, encapar livro novo
Aprender uma palavra nova, depois mais outra
Saber o nome dos planetas e as capitais dos países
Desenhar com esmero mapas do tesouro
Ser capaz de perceber o que é um brinquedo
Tocar guitarra com uma vassoura
Entrar na quinta série e sentir-se adulto
Aprender a andar de bicicleta
E o primeiro e infalível tombo
E ter enfim algo para nunca esquecer
O primeiro olhar trocado, apaixonado
Aquela sensação ofegante no peito
Pensar o tempo todo no novo amor
Perder a fome, o sono e a vontade de viver
Não querer mais sair na rua
E parar o tempo ali para sempre
O primeiro toque na mão, um aperto
Dançar a primeira vez, colar o rosto
Corpos tão próximos, o que é um beijo?
Vai acabar a música, mais um abraço
Vai acabar o baile e a noite
Vai acabar o mundo
E tudo o que era poesia
O que agora seria?
E tudo o que era água
Com vontade escorria
Quem mudou o mundo?
Quem fechou a torneira?
Há que se viver como quem se deixa ao sabor do vento
Há que se amar como quem solta o freio na ladeira
Há que se tocar em frente, mesmo para dar de cara com o muro
Torneira aberta, vai sair água, muita água
E vai sair mais água e tudo o que ela trouxer
Assim é a poesia, é só abrir e deixar escorrer
Os pensamentos são como água
Nada há que os represe por muito tempo
É só deixar fluir tranqüilamente
Há muito vento e tantas ladeiras
Em nossa vida cercada de muros
Um pensamento, um balão, uma pipa
A asa de uma gaivota, uma nuvem branca
Uma montanha ao longe, a chuva caindo
Aquela lembrança da infância, distante
As doces ilusões de tudo ser tão mágico
As tolas esperanças de tudo ter um final feliz
Queimar-se ao sol, sujar-se de barro, subir numa árvore
Extasiar-se diante do colorido esvoaçante de uma fogueira
Pular o muro da escola, encapar livro novo
Aprender uma palavra nova, depois mais outra
Saber o nome dos planetas e as capitais dos países
Desenhar com esmero mapas do tesouro
Ser capaz de perceber o que é um brinquedo
Tocar guitarra com uma vassoura
Entrar na quinta série e sentir-se adulto
Aprender a andar de bicicleta
E o primeiro e infalível tombo
E ter enfim algo para nunca esquecer
O primeiro olhar trocado, apaixonado
Aquela sensação ofegante no peito
Pensar o tempo todo no novo amor
Perder a fome, o sono e a vontade de viver
Não querer mais sair na rua
E parar o tempo ali para sempre
O primeiro toque na mão, um aperto
Dançar a primeira vez, colar o rosto
Corpos tão próximos, o que é um beijo?
Vai acabar a música, mais um abraço
Vai acabar o baile e a noite
Vai acabar o mundo
E tudo o que era poesia
O que agora seria?
E tudo o que era água
Com vontade escorria
Quem mudou o mundo?
Quem fechou a torneira?