AMAZÔNIA VERDE
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O desmate bruto e desigual,
Fazem fronteiras irregulares,
No maior crime ambiental,
Desnudam as folhagens tropicais.
Amazônia verde não será mais a mesma,
Maior floresta tropical do mundo,
Nunca obtive o prazer de andar por lá,
Estando na cidade de Caxias do Maranhão,
Mando o meu poema pra quem quiser,
Ler bem e escutar.
Toneladas de árvores lançadas no chão,
É a Amazônia, futuro deserto negro,
Desequilibrando o centro da terra,
E o eixo de todo o planeta,
Agonizando a nossa respiração.
Motosserras enfeitam a Nação,
Árvores centenárias choram,
No desflorestamento insustentável,
Da Amazônia terra de ninguém,
Aviltada por grandes grileiros,
Homens ricos que se dizem fazendeiros.
É a Amazônia ilegal e desvalorizada,
Por grandes fazendas de soja e gado.
No Pará as motosserras fazem zunidos,
Os motoqueiros derrubam fáceis,
Sorriem quando elas caem,
E ainda fazem a maior graça.
Amazônia verde não será mais a mesma,
Madeiras nobres que os grileiros vendem,
Autorizações disfarçadas do Ibama,
Ao preço de banana aos madeireiros.
Na terra do Meio da Amazônia legal,
Entre os rios Xingu e o Tapajós,
Derrubam muitas madeiras,
Como se derrubam um muro.
A União nada faz pela Amazônia,
Somente impetram executivos fiscais,
Contra pobres empresários,
Que perderam tudo pro leão.
Lá se vai a Amazônia verde,
Nos caminhões, balsas e aviões,
Exterminando a terra auriverde,
Com milhões de tocos espalhados,
Não crescem mais, não brotam, morreram.
Máquinas e tecnologia de ponta,
Assaltam à Amazônia,
Tanto faz ser dia ou noite,
A trabalheira não tem canseira.
O Congresso passa quatro anos,
Discutindo e não fazendo nada,
Enquanto que as motosserras,
Trabalham mais que a casa do Brasil.
Os grandes agricultores sorriem,
Felizes com a terra rica,
Riquíssima em nutrientes,
Tudo se planta, tudo nasce e dá.
E vamos ganhar euros e dólares,
Ajudando eles noutras campanhas eleitorais.
Multas exorbitantes são fixadas,
Milhões não são pagos,
Muito menos arrecadados,
Quando presos são liberados,
E vamos novamente pra Amazônia,
A terra do sucesso que o governo não ver.
Espécies de fauna e flora desaparecem,
Jacarés são extirpados ainda dormindo,
O couro da onça-pintada é exportado,
Já foi encomendado e o frete pago.
Homens pobres são escravos,
Da mão de obra mais barata,
Atividades criminosas,
Inertes aos olhos do bom governo.
Cotidiano perdido nas florestas,
Senzalas de pobres desempregados.
Os “gatos” da Amazônia legal,
São os mais expert do trabalho,
Profissão de renome nas selvas,
Agem como homens de bens e da nação,
Sinceros, honestos e ambulantes.
Os “gatos” da Amazônia legal,
Invadem o Maranhão, Pará e o Piauí,
Atrás de homens desempregados,
E que não possuem nenhuma lição.
Percorrem as regiões paupérrimas,
Levam meninos, homens e mulheres,
Na promessa de mudança de vida,
Com emprego, comida e dormida,
Tudo por conta do patrão.
Assim é toda a Amazônia verde,
Vão trabalhar na pecuária,
Outrora nos cortes de madeira e carvão,
Vigiados por capangas e pistoleiros,
É lá o inferno e podridão.
Nas matas da Amazônia é perdição,
O trabalhador às vezes foge desesperado,
Com todos os sonhos nas mãos,
Enganado, ainda tem malária,
Com dívidas impagáveis.
É assim na Amazônia legal,
Onde o grito não se ouve,
Com aeroportos clandestinos,
Nem radares captam os afrontes.
Tantas riquezas desnorteadas,
O que o Brasil ganha com isso?
Exportar toda a madeira nobre?
É por fim na bela Amazônia?
As madeiras desaparecem,
Germina o gado e a soja,
Na devastação desordenada,
Eis a grande “Ordem e Progresso”.