Poesia da Morta
Imagino-te morta
Pálida e sem expressão
A sua juventude terá ido embora
As minhas lágrimas dançarão com a chuva lá fora
Até que se afogue meu coração
Meu coração é um menino orfão
Abandonado sem pena
A esse menino só restou conhecer as ruas
Os porões da vida
E a pena que escreve seus poemas
Beijar-te a boca fria e meio azul
Já não será o azul do céu
O sabor dos teus lábios
Já não terá gosto de mel
Terá o amargo do fel
Imagino-te morta
Numa palidez implacável
Mas não tenha esperança
A vida é breve e frágil
Mas o amor é intocável...