Saudade de um Beijo

Saudade dos plátanos do lago, do mato,

do cheiro do verde molhado de chuva.

Lembrança de um beijo molhado de chuva

no meio do verde repleto de poças, de poças de água.

Respingos nos lábios, meu dedo em seus lábios.

Olhos nos lábios, olhos nos olhos.

Desejo que arde, saudade que dói,

chuva que chora o sentimento que bate e que molha,

as janelas da alma escorridas em lágrimas

e respiros constantes, nossos alto-falantes.

Lembrança de ontem nem tão distante

batendo no peito e arfando chamando.

Metade da lua no alto esperando

as metades dos lábios nossos o beijo beijando.

Escurece depressa e meus olhos vão se fechando.

Meus lábios tocam os seus e a lua é cheia e cheia.

Meu dedo desliza pelo seu queixo

juntando-se aos outros e a mão é inteira.

Levada ao seu rosto espalmada é ligeira,

molhada alcança a sua orelha e seus cabelos.

Saudade das gotas da chuva nos dedos,

meus olhos se abrindo encontrando os seus.

Meu peito se afogando no beijo molhado

parando o tempo e lavando minh’alma.

Saudade do beijo roubado, do lago,

da chuva caída, daquela

das folhas dos plátanos.

Reflexos da lua nas poças de água

respingando a memória onde nela não chove.

Lembrança, sim, chove, chove e chora

inundando de histórias um tempo vivido.

Por ele as lágrimas que vêm e vão embora.

Amor que transcende e que ninguém entende,

o hoje, o sempre quem já foi de outrora.

Mais forte a saudade, ela me transtorna

e sigo vivendo e não me conformo,

com a dor da vontade desse beijo de novo, agora!

Paulo Henrique Frias
Enviado por Paulo Henrique Frias em 23/09/2009
Código do texto: T1827090
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.