Posso ter-te?
Tê-la e tanto tê-la
e tê-la e tanto
que, amando-a, eu viva
que, vivendo, eu a ame.
Não me canso de olhá-la,
ridente, nua,
cheia de meus desejos,
atravessando a rua,
compondo as imagens dos meus sonhos
que sozinho sonho
quando durmo sem ela
depois que lá pela madrugada
eu me debruço na janela
e sem vê-la passar, sinto:
sou apenas eu que estou na rua
sem a ter
que tê-la ficou para uma outra encarnação,
fora do sol, fora da lua,
onde apenas ela houvesse minha!