MEUS DESEJOS

Pudera eu, só, triste e calado, mais convicto

Com a força de uma correnteza oceânica

Simplesmente, em linhas de prosa ou poesia

Jorrar da dor um canto de acalanto.

Quisera saber contar a minha história

Mas, antes porém, mostrar ao mundo o meu medo

Dar-lhe como troféu, oferendas e muito riso

Meus muitos sonhos, minhas mãos e meu espírito.

Cantara eu, por cortesia ou vontade minha

Desde outros tempos, uma imaginação futura

Como pescador em busca da rede lançada

Sem peixes, mas fiel ao balanço das ondas.

Pensara eu, ser passageiro único da vida

Construindo castelos indefesos, janelas sem grades

Dormindo ao relento, sem cuidados ou rezas infalíveis

Comungando solitário uma primavera de flores

Pudera eu explicar com mais vigor

Essas coisas que me saem de repente

Essa vontade louca de dizer

Compartilhar, uma única emoção que seja.

Mas foi presente essa minha lembrança

Apenas escrever aquilo que a vontade manda

Sem buscar palavras ou uma única rima

Para ser fiel aos meus maiores desejos.

Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 20/05/2005
Reeditado em 21/05/2005
Código do texto: T18259