RISCOS E RABISCOS
abaixo do traço
o risco
do precipício,
perdi o pulso firme
ao pintar o inferno
nunca d’antes imaginado
na linha abaixo de qualquer razão
acima do traço
o risco
pelo infinito,
perdi o vôo mágico
ao imaginar um céu
nunca d’antes flutuado
na linha acima de qualquer emoção
no traço contínuo
o risco
do desequilíbrio,
perdi calos das mãos
no arame imóvel da vida
como nunca d’antes nada ganho
na linha dos trilhos de qualquer estação
no traço oblíquo
o último risco
dos pincéis e lápis,
perdi a forma do rosto
com traços tão profundos
d’um corpo nunca d’antes visto
em linhas rabiscadas na forma da amante