Nuances extremas

Falar das mulheres, a respeito de suas nuances,

Da sinestesia entre os espinhos e a rosa em flor.

Aqueles porque protegem os seus botões.

Delicadeza em contraste com a ferocidade.

Essa com que defendem suas crias é o amor.

Conheço muito pouco das mulheres,

Não tão pouco quanto o jovem bardo

Que não viveu nada do que idealizou.

Mesmo assim falo do pouco que conheço.

É preciso falar para que não esqueça,

Elas sabem ser gentis, delicadas, envergonhadas,

Mas precisam ser acima de tudo amadas, idolatradas.

Não fossem elas o que seríamos nós?

Essa é uma grande incerteza, dúvida sempre atroz.

As mulheres são a mais pura expressão da arte,

Pintura perfeita, obra divinal criada pela natureza.

Confundem-se com a manifestação poética

Que encanta com seus eflúvios maviosos.

Quisera estar a margem, ser expectador da vida,

Só assim veria as mulheres como realmente são.

Não sentiria arder no peito essa chaga tão dorida,

Fruto da admiração pelas mulheres, desta paixão.

Essa que é dos homens, amor verdadeiro é das mulheres.

Se fosse o observador da vida, com quisera ter sido,

Poderia falar das mulheres, desde as Madalenas até as D’arcs.

Nesse entremeio transitaria e poderia, verdadeiramente, tê-las conhecido.

Sem preconceitos e, principalmente, sem constrangimentos.

Só assim poderia falar do mistério que são esses seres transparentes.

Do amor que despertam nos homens e os torna capazes dos maiores feitos.

Desse mesmo amor que reabilita a todos. Mesmo dos seus maiores defeitos.

O amor entre os sexos é contraditório, o que sentem os homens é ilusório.

O homem que ama faz-se escravo, rendendo-se a supremacia do ser que se impõe.

A mulher que ama faz-se rainha e domina, mas também ama e incondicionalmente.

O amor da mulher é capaz dos maiores sacrifícios, do homem é contraditório, é doente.

Brasília – DF, 13 de agosto de 2009.