Ballet

É a dança soprando

o tempo vencido.

Em rotações por segundo

abraça o mundo

guiando as idas e vindas

do espaço cingido.

Envolve nos passos

os giros da impaciência

resvalando nos saltos

a imprudência.

Despacha os cinco sentidos

os dilatando aos extremos

e possui a soberania

em cada um dos seus passos lentos.

Cai como orvalho

iludindo a resistência

e levanta reparando sequer

uma nuvem de poeira.

É a dança da beira,

tudo é tangente ante o repente

que a confronta o alheio.

Oprime e alivia,

compelida e estimulada,

os percalços do meio.

Permissiva desliza

juntando infinitos pontos,

imaculada no templo dos pequenos

espaços tamanhos.

Eixos que prometem sustentos

construindo pontes e arcos varridos,

consoantes com os pretextos trazidos,

ocupando espaços imperativos.

Necessidades irresistíveis.

É dança e é bela.

Das áreas restritas do globo é a esfera,

dos versos que a pantomima cala

são as expressões das atmosferas.

A sutileza enfunando a vida encostada,

atenta às condições de nuvens acasteladas.

Cultivadora compulsiva de gestos variáveis,

amáveis na dificuldade,

rompantes de humildade.

Paulo Henrique Frias
Enviado por Paulo Henrique Frias em 22/09/2009
Código do texto: T1825055
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