Metamorfoseando

Se em mim há chuva, molho-me,

e molhada sigo sob o sol que se esconde.

Sem saber quando, porquê ou onde.

Se em mim há fogo, queimo-me,

e bronzeada dispo-me e desfilo.

Publicamente, em sigilo.

Se há em mim brisa, refresco-me

e sussurro, para que ouças

e entendas a transformação.

A metamorfose que acontece,

nas vezes em que, em mutação,

espero que me avistes.

Em silêncio mudo as facetas,

moldo os estilos,

distraio o passado,

adio o futuro,

despeço-me da despedida.

Vou, volto, entro, saio,

se caio, sorrio e me calo,

e paro, diante da tua vida.