Já não cabe?

Dias tão dispersos, perdidos em uma tranqüilidade sórdida;

Introversos e repelidos em uma felicidade mórbida.

O desespero do desapego lançado no precipício;

No exagero o aconchego torna-se vicio.

Repete-se a sina, pois se tornou cena;

Já não se inclina e nada vale à pena.

Sentimentos são versos cantarolados em um refrão;

Pensamentos infundados e alucinação.

Desabita o racional, é o todo temporal.

A vida só uma passagem em nosso mundo racional.

Passos tão apressados, segundos apertados e dias em vão.

A palavra já não cabe no verso e o descabido torna-se refrão.

Wilson Lopes
Enviado por Wilson Lopes em 22/09/2009
Código do texto: T1824667
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