DUAS FACES
A tristeza me faz boêmio,
Sinto saudade do passado.
A poesia é meu prêmio
Por ser tão acabrunhado.
Começo parcas rimas,
Pouca tinta no papel.
Logo volto, leio acima,
Quero mais, quero o céu.
A alegria me desprende,
Me coloca em pouco pensar.
Me deixa vago, compreende?
Raciocínio devagar.
Quero dar boas risadas
Sem pesar o resultado.
Inconseqüente caminhada,
Indolente, despojado.
Sou mais certo melancólico,
A música me enche a alma.
Se a alegria me faz eufórico,
A velha tristeza me acalma.