DENTRO DO TEMPO

por Regilene Rodrigues Neves

Ouço o barulho do tempo

Saudades debatendo

Entre o passado e o presente...

Na janela da alma

O amor debruçado no peito

Alguns sonhos andarilhos

Seguem acordados

Cheios de fantasias...

Mergulham nas ondas do mar

Navegam sem nenhum lugar

Querendo seguir o destino acolá...

Descalça meus pés fizeram marcas na areia

Parti a deriva do meu ócio

Para trás uma estrada enfrente um caminho...

Nua bati na porta da frente

Entrei sorrateira feito vento

Somente a solidão aleatória me convida a ficar

Promessas de ilusão pelos arredores

Vozes de sentimentos gritam aprisionadas

Entrei numa ilha entre a beleza do silêncio

E o sussurro do tempo

Ouço somente m’alma solitária a navegar...

Lado a lado o mar me cerca

Dou voltas e voltas no mesmo lugar

Tento não me afogar na desilusão

Só quis me abrigar numa quimera...

Imaginei me encontrar

Na longevidade da espera

Na quietude do meu sentimento

Esperei o mar se acalmar

Flutuei meu espírito

Guardei meu corpo no absoluto

Enfrentei as trevas

Até que a escuridão passasse

E sobrasse um resto de luz

Que me levasse nas sendas deste mar

Dentro do tempo quem sabe me encontrar...

Em 22 de setembro de 2009