ALLEGRO MA NON TROPPO

ALLEGRO MA NON TROPPO

Fica a paz de um canto triste

dos riachos que vão embora,

vem a tarde e o canto insiste

nos meus ouvidos de aurora.

Resta uma chama encostada

numa sombra sem memória,

fica a noite e um quase nada

do que fora a minha história.

Não sou mais aquela infância

debruçada em teus terraços.

Vais!... E deixas a Esperança

desmaiada nos meus braços.

O homem nasce e vira glória

quando é pedra e vira a flor:

Deus então mais comemora

quando é barro e vira amor.

Afonso Estebanez

Afonso Estebanez
Enviado por Afonso Estebanez em 21/09/2009
Código do texto: T1823697
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