ALLEGRO MA NON TROPPO
ALLEGRO MA NON TROPPO
Fica a paz de um canto triste
dos riachos que vão embora,
vem a tarde e o canto insiste
nos meus ouvidos de aurora.
Resta uma chama encostada
numa sombra sem memória,
fica a noite e um quase nada
do que fora a minha história.
Não sou mais aquela infância
debruçada em teus terraços.
Vais!... E deixas a Esperança
desmaiada nos meus braços.
O homem nasce e vira glória
quando é pedra e vira a flor:
Deus então mais comemora
quando é barro e vira amor.
Afonso Estebanez