Flores

Levei-te flores para enfeitar a tua casa.

Levei-te narciso num vaso pequeno

para que desse forma ao teu vazio,

e fizesse lembrar-te de ti

naquele dia tão frio.

Levei-te também um lírio,

para a paz simbolizar.

Estava em um vaso maior

para, tu sabes,

a tua mudança se manifestar.

Cheguei com as rosas do amor

cada uma de uma cor,

para que escolheste,

em cada canto da tua vida,

qual seria a que subtraía

melhor a tua dor.

Entrei pela porta dos fundos

surpreendendo-te com uma orquídea,

para te demonstrar a raridade

dos sentimentos profundos,

que por trás de tua ansiedade

teimavam em desaparecer.

Olhava pela janela

se alguma insistia em te enfraquecer

e percebia que só tu eras quem podias

fazê-las crescer ou morrer.

Todas dei a ti, são tuas,

para que tua ternura

voltasse a ser como era,

como antes tratada, com esmero.

Todas dei a ti, são tuas,

para cuidá-las,

e para que competissem, entre si,

não em altura,

mas nos detalhes

da sinceridade a mais pura,

dizendo através de pétalas

qual perfume mais te traduzia

no teu cálido gesto de regá-las.

Paulo Henrique Frias
Enviado por Paulo Henrique Frias em 21/09/2009
Reeditado em 21/09/2009
Código do texto: T1823072
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