SUBTERFÚGIOS - Décima e penúltima parte


Ah, rosa, ensina-me
O teu rosar.
 
O que foi antes
E o que foi depois,
Nunca o saberia.
O que foi durante,
Guardo e cultivo na alma,
E na mesma vaga de desespero
Encontro súbito a Poesia.
Tenho por ti imensas loucuras
E não posso contê-las,
Por isso busco-te
Entre cada intervalo
De meu longo suspirar.
Ainda busco o teu corpo ávido
Sem ser voraz,
De lembrar indecências
De dar inveja a Satanás.  
 
Somente os sonhos justificam
As nossas loucuras;
A vida não tem sentido
Ou eu é que não tenho
Sentido a vida?
 
O primeiro impulso não é bom!
Aprendi, em anos, a acolher-me.
O mundo de dentro
Não é feio, nem bonito –
Ele é esquisito,
Infinito.
Um amor, para descrevê-lo
Não bastam mil imagens,
Que para as descrever
Não bastam mil palavras;
Para temperá-lo vai tudo,
Mel, sal, pimenta
E um pouco de pinga
Para bem inebriar;
Depois ele fica assim,
Meio brasa, meio brisa
.