Meu menino...

(Tere Penhabe)

De vez em quando sinto que estás perto,

Como quem tenta, em vão, compreender,

que tendo sido um sonho precioso,

tiveste que partir... E sem querer!

O teu olhar parece conivente,

sempre empenhado para me agradar,

e fico a imaginar a tua voz,

a me dizer que estás a me esperar...

O mesmo jeito vivo e curioso...

Os mesmos olhos claros, penetrantes,

do amor que me ajudou a dar-te a vida,

na rica parceria dos amantes.

E as tuas vestes, tua fantasia,

vi tantas vezes o teu pai usar,

desse teu jeito livre e displicente,

parece até que vieste me lembrar...

Só peço, por favor, que não desistas,

por mais que eu me demore, chegarei,

nesse mundo distante aonde estás,

e finalmente, então, te abraçarei!

Como não pude nunca, te abraçar!

E só Deus sabe o quanto eu desejei,

poder também, ter esse filho amado,

a me sorrir do jeito que eu sonhei...

Mas nem tudo na vida, se consegue...

Querer não é poder - hoje aprendi.

Mais pela dor, que pelo amor, eu sei...

Mas não duvido: foi o que mereci.

Santos, 23/06/2009

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