VESTIDA DE MIM
Carmem Teresa Elias e de Magela
Estou vestida de mim.
Quero dizer que sinto infinitamente
A gratidão do seu amor.
Se tiver que agradecer com palavras...
Terei de contar dois momentos meus.
Um foi quando sai sozinha andando a esmo.
Indo a um supermercado para comprar qualquer coisa lá.
Peguei quinze pacotes de biscoitos e o volume incomodava na mão.
Foi quando ouvi aquela canção.
Tocava Gonzaguinha...
Quis saber de onde vinha o som.
Fui até a seção de DVD. Ai que arrepio!
Além de escutar pude (re) entender:
“... o que não dá mais pra segurar, explode coração”
Havia esquecido, de como gostava dele.
Tanto que, costumava chamá-lo “O meu poeta!”
Quando mergulhada na meditação
encontrava as respostas na sua canção.
O segundo é mais que um segredo: Eu toco piano!
Sou amadora para esta inspiração...
Mas aquela comoção me fez tocar Debussy:
“Claire de Lune”.
Momento inusitado é este da intervenção!
Quando o tempo brinca comigo e a vida me diz: não!
Não quero que ligue para as palavras que estou lhe segredando...
Mas, estou te mostrando que estou apenas vestida de mim.
De Magela e Elias