QUATRO PAREDES

 
A arte - arte que não aparece,
Às vezes só foi mostrada
A alguém que, vendo, a lê e esquece,
Leva o valor sem deixar nada.
 
Tal faz a sabiá: enlouquece
Quando é friamente engaiolada.
Sem liberdade ao amanhecer,
Põe-se a cantar, e esgoelada,
 
Vai-se assim despedaçando,
Quer encontrar saída entre arames,
Quer viver livre, no ar, voando.
 
O artista vive seus ditames,
Quatro paredes o cercando,
Até que alguém o embalsame...





José Carlos De Gonzalez
Enviado por José Carlos De Gonzalez em 20/09/2009
Reeditado em 14/08/2010
Código do texto: T1820410
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