Corpo e Perfume

Tirei um tempo,

tempo meio azedo,

prá lembrar de você,

foi uma coisa de nada,

e já passou o medo.

Lembrei de seu

perfume,

gasto em mim

centenas de vezes,

prá no fim ver tudo

morrer...

morrer no ar

no ar úmido

dos vagalumes.

Não era prá ser

uma história,

história triste.

Mas, de repente,

a vida em riste

me levou pro seu lado

e, eu, de vago à sozinho,

chorei baixinho.

Lembro que

perdi seu mundo

e ganhei só um

lenço de perfume.

Sabe, moça,

se te ama

e ama alguém,

presentei

seu corpo

molhado e

perfumado

a quem ama.

Ele lembrará,

de vivo à mortal,

que um dia,

foi ganho de

dádivas e

foram feitos

de aragem do amor,

e com o brando

sôpro

de sua vida.

queria desenhar

seu rosto

com lápis,

papel,

com muita cor

e infantil

desejo

de carinho.

sem borracha.

mas não sei

não sei..

mas se tal retrato

fizesse eu,um dia,

de certo,

não seria

um homem comum,

mas parente de

algum bondoso rei.

fiz votos de

amor eterno,

fiz votos

escavado do

fundo da alma

de amor

sem parar.

fiz votos

de criança,

de roda-gigante,

de pipoca

e de mãos dadas

de avós.

tudo num tempo

onde mulher

se chamava Maria

e de nome, o

homem, João.

hoje,nada vingou,

partiu-se tal uma

lança;

ela se perdeu

com um príncipe

sem coroa

e eu

me troquei

por uma vale

sem sol.

o amor eterno

durou

enquanto durou.

depois, tudo

virou faísca

de tempestade.

e eu fui

abrir portas

da vida

e ela foi

aprender a

fechá-las.

José Kappel
Enviado por José Kappel em 25/06/2006
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