“A arte de ser gente”
Eu pensava
levado pelo costume,
de ser “pessoa”.
Assim eu pensava
que a vida passava,
que fosse passado.
Que fosse passando...
Mais que passeando,
por onde eu pensava,
senti certa alegria:
Algo passou ligeiro,
só que a vida,
a vida não.
A vida adentra no desconhecido,
lá onde o pensamento não mais passeia,
não mais precisa.
Horizonte que desnorteia?
Talvez sim...
Apenas a visão humana,
essa ínfima parte de vida,
luta por dizer o quê não sabe ainda.
Se algo passou ligeiro,
a vida continua no mundo, sempre presente
Transformada de pessoa em pessoa,
ai essa gente
que diz tudo
pra dizer nada...
Nada sobre tudo
Tudo sobre nada!